sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DENISE COUTINHO APOIA HEBE ALVES


DENISE COUTINHO


Recebo a notícia da candidatura de Hebe para dirigir a Escola de Teatro da UFBA com alegria e esperança. Sua dedicada e qualificada presença na nossa universidade nos orgulha e engrandece.

Tive felizes oportunidades de trabalhar com Hebe Alves, na UFBA.

No subcomitê de artes do PIBIC, por dois anos trabalhamos juntas e sua presença sempre me estimulou a entender os meandros da pesquisa em artes. No ano passado, uma ex-bolsista PIBIC de Hebe ganhou o prêmio PUBLIC da área de artes, com o espetáculo “Dorotéia”, que representou o Brasil na Bielorrússia, onde ganhou o Prêmio Especial de Inovação e Criatividade. Posso dizer com segurança que este resultado de pesquisa de Iniciação Científica é único na UFBA, pois reúne, num só projeto, ensino, pesquisa e extensão e, justamente por seu valor, foi reconhecido nacional e internacionalmente.

Tive também a grande oportunidade de trabalhar como docente colaboradora nos cursos de graduação em Direção e em Interpretação Teatral, sob a coordenação de Hebe, durante três semestres. Nesse período, constatei sua incrível performance como diretora e atriz, tanto em sala de aula quanto na preparação das montagens didáticas dos nossos estudantes.

Na extensão, trabalhamos juntas numa atividade interdisciplinar, o Cine-Papo, na qual reunimos estudantes de Interpretação e Direção Teatral com estudantes de Psicologia, para ver e comentar filmes. Nossas inúmeras atividades nos obrigaram a interromper o projeto, mas os estudantes que estiveram conosco continuam nos cobrando outras edições do Cine-Papo.

Por fim, no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, vejo o entusiasmo, a dedicação e a ousadia de Hebe impregnando trabalhos acadêmicos de seus mestrandos, doutorandos e alunos. No nosso PPGAC, já temos inclusive estudos que investigam a presença de Hebe nas artes cênicas brasileiras.

Em carta por ocasião de um aniversário de Thomas Mann, Freud escreveu ao amigo artista palavras que eu desejaria ter escrito para Hebe: “não acho digno de imitação o fato de nessas ocasiões festivas a afeição sobrepujar o respeito, de o homenageado ser constrangido a ouvir enquanto o cobrem de louvores como homem e o criticam e analisam como artista. Não incorrerei nessa presunção. Mas posso me permitir outra coisa: em nome de incontáveis contemporâneos seus, posso manifestar nossa confiança em que você nunca fará ou dirá – as palavras de um escritor são ações, afinal – o que seja mesquinho ou covarde, que mesmo em tempos e situações que tornem confuso o juízo você tomará o caminho certo e o mostrará aos outros”.


*Professora Adjunta do Instituto de Psicologia da UFBA. Docente Permanente do PPGAC e colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFBA. Doutora em Letras pela Universidade Federal da Bahia, com Doutorado-Sanduíche em Princeton University. Avaliadora institucional e de cursos de graduação do MEC. Líder do subcomitê de Artes PIBIC-UFBA, de 2008 a 2012.


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