quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CÁSSIA LOPES FALA DE HEBE ALVES

Cássia Lopes

Qual é a peculiar contribuição que a professora, diretora teatral e atriz Hebe Alves pode trazer para a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia?  O que esta baiana tem que a faz tão rica e tão cheia de méritos, louvados por seus alunos, por colegas de trabalhos e seus amigos? O nome de Hebe Alves já atravessou os corredores da história do teatro na Bahia e é inquestionável a sua importância para tantos alunos e artistas que a tiveram como mestre. Um gestor de uma instituição com a história e as características da Escola de Teatro da UFBA deve unir, em seu perfil, as experiências de docente, de artista, de diretora teatral, pesquisadora acadêmica, que já ocupou cargos de chefia de departamento, que participa dos colegiados da graduação e pós-graduação e, sobretudo, de uma pessoa ética, comprometida com os rumos da atual universidade pública brasileira, em um debate amplo e transparente com a comunidade acadêmica.
Já tive a felicidade de estar com Hebe Alves em comissões de júri, em encontros da vida universitária, e as experiências sempre trouxeram mais admiração. Sucintamente, passo a enumerar os motivos justificadores desse prazer de conviver com Hebe Alves: a sinceridade no trato com o outro é a sua marca; a sua opinião é sempre filtrada pelas suas crenças e pelos valores éticos de amizade. Somada a isso, a colega traz um forte desejo de compartilhar pensamentos e experiências acadêmicas, que só engrandecem os encontros. Sobretudo, há, na sua história, os capítulos inesquecíveis pelas artes cênicas, como atriz, como diretora; e disso nasce Hebe como uma referência quando se pensa o teatro na Bahia. Além de tudo, há a dedicação a tudo que faz, o comprometimento profundo com a arte no que esta tem de possibilidade de transformação da realidade, de ativação das potências inventivas do humano. Hebe Alves é uma pessoa engajada e traz uma preocupação com a Universidade Federal da Bahia no seu papel social e político. Não chegou a posição artística que desfruta por mera sorte, mas pela profunda dedicação e amor aos estudantes, à sala de aula e à pesquisa.
Como sou uma pensadora de Gilberto Gil, que soube transitar tão bem entre o poético e político a frente de gestão pública, sei o quanto isso só traz riquezas para uma administração. Agora, Hebe Alves poderá ocupar o cargo de diretora da Escola de Teatro da UFBA e teremos a oportunidade de contar com sua força como artista e como gestora: Hebe conhece os problemas da instituição; é uma professora presente no cotidiano dos alunos, na pesquisa universitária, e já vem ocupando cargos de chefia na Escola de Teatro. Chegou a hora de ter uma pessoa lúcida, inteligente, capaz de revigorar e revirar as páginas da nossa querida Escola de Teatro. Como dizem uns versos de Jorge Luiz Borges, a alma não deseja assentos dourados, simplesmente deseja que lhe seja concedido o dom de criar. Que venha Hebe Alves, pela graça dos deuses!



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