CLÁUDIO SIMÕES*
Hebe Alves é uma de minhas mestras. Eu posso dizer
que ela é minha mestra por ter sido ela quem primeiro apostou em mim, na
seleção para o Curso Livre de 87, a despeito de eu, então um garoto hiper mega
tímido, não ter chamado a atenção nem do diretor nem da professora de corpo.
Hebe tem essa capacidade de ver além da aparência, de apostar, de incentivar.
Posso também dizer que ela é minha mestra por ter me ensinado, em minha
graduação, a perceber minha voz, meu corpo e (por que não?) minha alma. Ela tem
essa capacidade de fazer com que a gente também veja além da aparência. Posso
ainda dizer que ela é minha mestra por ter me ensinado tudo isso sempre demonstrando
carinho e respeito pelos alunos, coisa que eu sempre admirei (porque, sim,
havia outros professores beeeem desrespeitosos). Mas quero dizer, sobretudo,
que ela é minha mestra por ter me ensinado, desde cedo – e fora de aula, que
esse respeito e esse carinho devem ser maiores que qualquer medo ou
preconceito. Hebe nunca dirigiu a Escola. Acho que tá na hora. Tá na hora de se
ver além.
* Autor, ator e diretor. Bacharel em Artes Cênicas – Direção Teatral pela ETUFBA. Em 2012 estreou o musical Pelo telephone, em São Paulo, com direção de João
Sanches. Na televisão, co-escreveu Alta estação, novela de Margareth Boury,
dirigida por João Camargo (2006-07), na Rede Record.
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